15/04/2025 09:10
Por Antonio Silva
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O governo federal lançou em 12 de fevereiro último as metas da Missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), sendo o foco principal o desenvolvimento e a promoção do uso de tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais.
Os investimentos públicos e privados, projetados da ordem de R$ 112,9 bilhões, têm a finalidade de fortalecer cadeias produtivas e ampliar o domínio brasileiro das tecnologias da indústria de defesa, incluindo a parte aeronáutica, em áreas como satélites, veículos lançadores, radares e foguetes.
Dos investimentos projetados, R$ 79,8 bilhões serão de recursos públicos que incluem o PAC Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos. Da parte do setor privado serão R$ 33,1 bilhões destinados R$ 23,7 bilhões aos setores aeroespacial e defesa, R$ 8,6 bilhões ao nuclear e R$ 800 milhões em segurança e outros.
Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, atualmente temos o domínio de 42,7% das tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacional, a meta é chegar a 55% até 2026 e 75% até 2033. Segundo informações divulgadas a indústria brasileira já conta com R$ 3,34 trilhões em investimentos públicos e privados, sendo R$ 1,1 trilhões públicos e o anunciado pelo setor produtivo nos próximos anos de R$ 2,24 trilhões, que se destinarão ao fortalecimento da produção nacional.
A Missão 6 da NIB deverá impulsionar investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, assim como alavancar o volume de exportações brasileiras.
A Zona Franca de Manaus (ZFM) coloca-se como uma das principais opções para a expansão da base da indústria de defesa. O Polo Industrial de Manaus (PIM) dispõe de know-how e inovações tecnológicas com grande potencial de adaptação e transformação. É a conhecida tecnologia dual ou dupla, que pode ser utilizada tanto em aplicações civis como incorporada nas aplicações militares.
Não resta dúvidas que fortalecer a base industrial de defesa e segurança é uma ação estratégica e primordial para deter autonomia tecnológica e competitividade, a ZFM tem condições de atender essa missão por meio das indústrias eletrônicas e mecânicas de precisão, de hardware de computadores ao desenvolvimento de componentes de locomoção em terrenos difíceis e de tecnologia avançada para blindagem.
As oportunidades para a indústria de defesa na ZFM são promissoras porque, além do elenco de incentivos federais e estaduais, as empresas que se dedicarem ao fornecimento de produtos militares podem também participar do Regime Especial Tributário (Retid) e linhas especiais de financiamento.
Eis, portanto, uma oportunidade ímpar de atração de investimentos de defesa na Amazônia Ocidental, gerando emprego, renda, fortalecendo e expandindo a indústria local em Manaus, podendo contar também com auxílio importante do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMA, grande incentivador do desenvolvimento da indústria de equipamentos militares na Amazônia Ocidental.
Artigo publicado na Coluna da Indústria do Jornal Acrítica em 15/04/2025